25 junho 2011

Medo

Eu sou medo.
De alguém desvendar o mistério,
de encontrar a verdade e inflar o que mal conhece.
De buscar, no fundo, o que eu ainda escondo.
De afastar o que procuro, acho, mas não tenho.
Medo, também, do que mais isso possa ser -
de onde irei chegar, o máximo que poderei ter.
De esvaziar o que prejudica e perder o que parecia
perfeito.

É o medo oscilante, ora acolhedor, ora sufocante.

Mas é o medo que me mantém
refém.
E presa
nas cordas que asfixia
o meu eu em mim.

17 junho 2011

Não de novo

Diálogos ensaiados - quantas vezes,
planos fracassados - quantos deles,
desistências adiadas - quantas frequências.
Promessas de esquecimento,
juramentos de frieza,
votos de confiança que remetem à mudança.
Um certo medo, receio de pisar em falso e destruir a conquista,
mas passa.
Se é pra acontecer - ou não -, não vou mudar.
Mesmo a minha maior vontade permaneça sendo
continuar.
Papéis rasgados,
cartas queimadas,
fotos apagadas.
Qualquer lembrança é difícil de ser esquecida e não relembrada.

06 junho 2011

Desabafo desconsolado

Se você pretende ir, pois bem, vá. Eu estarei com você mentalmente e o sentimento que aqui foi cultivado será remediado por seus caminhos. Se pensa em esquecer, que não seja totalmente. Lembranças são feridas que, quando parecem cicatrizadas, renovam suas forças. Se não lembrar mais do que sentia quando estivemos juntos, não tenha medo de querer sentir novamente. É normal. Se achar que a hora é esta e seu momento oportuno de partida é agora, vá. Siga esse caminho. Mas olhe para trás, de vez em quando. Estarei aqui. Se minhas palavras transparecem exagero, não ligue. É tudo que eu queria lhe dizer, mas nunca havia tido chance. E se ainda sim quiser voltar, volte. Eu estarei aqui, cansada, quase desistindo, mas com esperanças. O bom é pouco, e pouco é insubstituível.