21 agosto 2011

Cresceu no meu eu

Deixar você crescer.
E, quando vejo, está muito.
Derramado.
Sobre mim, despejado
e sobrando.

Eu havia me preparado para o pouco,
onde o espaço meu seria suficiente.
Mas duplicou
e agora perdi o controle,
provando a essência.

Renunciei.
Desisti de outras coisas,
quebrei paredes.
Abri espaços.
Te deixei livre
preso em mim.

Porque, embora grandíssimo,
nunca disse ser impossível segurá-lo.
Pelo contrário: sendo grande
depositei maiores esperanças.

Talvez eu tenha, precipitada, me surpreendido.

Mas foi algo rápido,
que em questão de dias,
cresceu e,


crescendo,


não me deixou esperar.

16 agosto 2011

Sim...

Embora eu encontre mais motivos para não,
eu procuro sempre o sim.

Mesmo que esse não se mostre mais aparente,
eu vejo forças bruscas no simples e isolado sim.

Esse sim fará seu papel,
ocupará seu cargo
e desativará todos os nãos.

Porque é assim.

Uma única força substitui as alheias.
Dois num único ideal forçam desejos.



E todo aquele contexto fragmentado em sim e não,
hoje mal se completa com letras voadas;
mas com o mesmo sentir...

Um sentir exagerado, demasiado pra mim,
mas não impossível.
Não desisti.

Porque é o sim.

Que é um

e vale por todos.

07 agosto 2011

Expresso

Converso com as suas ruas.
Com o que restou de nós, nelas.

E elas soam verdades.

A vontade.
Da saudade do hoje.
De viver o agora.

Que em nós permaneça o segredo,
que ninguém nos conheça.
Só assim durará;
no sigilo de nós.

Afogando nosso medo juntamente com as nossas limitações.


Porque parece forte.
E é.
Melhor mesmo não mostrar-te;
como você me ganha, conquista
e não sabe.
Nem desconfia.

Mas continue assim.


Há sempre chance de continuação onde sequer houve término.


Meus sonhos agora dormem,
cortinados
em mim,
sonhando com você.

Queria te ter aqui.
Agora.


01 agosto 2011

Nele

Ele, garoto
que sem mim vivia
e vivia
sozinho.

Aceitava a injúria do tempo,
- não adiantá-lo evitaria sua fúria.

E nele, tempo
ou garoto,
me entreguei.
Me varri para longe e com o vento voltei
em saudade.

Para dentro do lúcido sorriso que nada escondia,
do toque inconfundível das mãos acalentadoras
e do profundo verde olhar que dali não conseguia
me evitar.


Me trouxe o medo de assistir a morte;
não por ver tudo se perder,
mas por não saber lidar com o nada que restará.

É, garoto,
mais fácil acreditar esperando
que duvidar agindo.

Planejando.
Querendo.
Sonhando.