06 março 2012

Esqueça quem já esqueceu

Quanto mais esperávamos o tempo se afastar, mais víamos os olhares a nós direcionados, em nós alarmados, para nós sufocados. Ouvíamos vozes querendo explicar sobre coisas que nem as vozes, nem os donos das vozes tinham domínio completo. Vozes vazias, olhares fundos. Noites e dias perdidos, vazios agudos, um pouco de tudo onde nada havia. Nós sempre querendo mais e mais força fazíamos para burlar isso que nos impedia de nos levar onde não sabíamos. Apenas íamos. Alguma coisa agora tinha de fazer sentido, embora nada tivesse sido sentido antes.

Integrações ocultas.

O inacabado, o sem razão, o mistério. O sangrar dos olhos que permitem há tempos o falar dos lábios presos ao não saber o que pensar. Talvez estivemos o tempo todo errados, e a perfeição imperfeita se consistia em não sonhar. Ainda iremos esperar muito até o patamar mais alto, o ápice enfim. Teremos trabalho e, até lá, poderemos ver pessoas como nós, em nós. O nosso ir é incerto, mas não parado. Indo levando. Fora daqui apenas, onde você veio para doer. Nós doemos.
Situa-se em outros lares. Sua presença tão aclamada não é aqui. Leva-me contigo. Seus dizeres em mim criam paredes. Emparedada; tão diferente de quando livre. E esquece. Eu sou o rio agora, de passagem.