24 fevereiro 2011

Meu recado de bolso

Não é fácil viver me escondendo dos seus olhos para não me perder dentro deles. Essa solidão, carência que permanece, não seria um grande problema caso você vivesse feliz longe de mim.
É como se eu estivesse agora em uma pedra, numa divisão de fronteiras; de um lado há uma cidade iluminada pelo poste da calçada, no outro a praia com paisagem maravilhosa do mar. Ambas vazias, sem ninguém, desertas. Estou no meio de uma escolha dissertativa, onde não tenho ciência das alternativas. Então, de repente, a pedra se move, atinge brutalmente os finos e pequenos grãos de areia, igualando a uma tempestade da mesma. No momento, algumas pessoas ao longe aparecem, caminhando, lentamente até mim. Porém, não me veem, sou invisível ao olhar humano. Retiro do bolso um papel amassado, guardado ali há poucas horas. Nele, letra de música e um recado: Não se esqueça de mim, nem por um segundo. Estarei pensando em ti cada vez que pensar em mim. Vamos nos conectar mentalmente. Leio, mais de uma vez, e sinto uma lágrima em meu rosto. Como pude perder você tão rápido assim? - penso, ao descer da pedra, com os pés no chão e caminhando procurando por você. Não acho, as pessoas são desconhecidas agora. A brisa do mar, as luzes da cidade, o nosso lugar. Suspiro, e resolvo ler a última e talvez mais importante informação do bilhete situada no final: Eu amo você. Tento responder em voz alta, gritando para que você ouça o meu Eu te amo também. Te digo isso por hoje, pois desconheço o futuro. Mas caso ele seja como nos meus planos, posso ditar meu desejo de ter você comigo para sempre, eu estar com você e você comigo, até o fim. Então relembro o conceito do fim e... bem, um dia ele acaba.

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