01 agosto 2011

Nele

Ele, garoto
que sem mim vivia
e vivia
sozinho.

Aceitava a injúria do tempo,
- não adiantá-lo evitaria sua fúria.

E nele, tempo
ou garoto,
me entreguei.
Me varri para longe e com o vento voltei
em saudade.

Para dentro do lúcido sorriso que nada escondia,
do toque inconfundível das mãos acalentadoras
e do profundo verde olhar que dali não conseguia
me evitar.


Me trouxe o medo de assistir a morte;
não por ver tudo se perder,
mas por não saber lidar com o nada que restará.

É, garoto,
mais fácil acreditar esperando
que duvidar agindo.

Planejando.
Querendo.
Sonhando.

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